O radônio é um elemento químico do grupo 18 (gases nobres) que pertence ao sexto período da tabela periódica.
O radônio, em condições normais, apresenta afinidade eletrônica igual a zero (ou ligeiramente negativa) e alta energia de ionização. O gás possui pouca tendência à perda e ao ganho de elétrons, e por essa razão não tende a formar ligações, ocorrendo na forma de átomos isolados.
O radônio é um gás insípido, inodoro à temperatura ambiente, mas quando é resfriado abaixo do seu ponto de fusão exibe uma fosforescência brilhante que se torna avermelhada. Sua densidade equivale a cerca de 8 vezes a densidade do ar (1,217 g/L a 1 atm e 0 °C), sendo o gás mais denso conhecido. É pouco solúvel em água, mas é o mais solúvel dentre todos os gases nobres.
Muitas águas minerais e termais contêm radônio, e as águas subterrâneas contêm mais radônio que as superficiais, devido à reposição constante, principalmente pelo decaimento do rádio. O radônio aparece também em alguns petróleos.
No Brasil, as pesquisas envolvendo o radônio são relativamente recentes, mas são bastante numerosas: foram pesquisadas as concentrações desse elemento em águas subterrâneas dos estados do Paraná e São Paulo; em cavernas do parque do Alto Ribeira (São Paulo); em materiais de construção comercializados no Paraná; em pedras ornamentais para exportação; em áreas de Campinas, Itu, Baixada Santista e Serra de São Vicente (São Paulo); e no complexo lagunar da Região dos Lagos (Rio de Janeiro). A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) vem desenvolvendo metodologias de coleta e análise do radônio, sendo aplicadas na mineração de jazidas brasileiras de urânio. O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) estima que a concentração de radônio na atmosfera no Brasil varie entre 0,6 e 28 Bq/m3. Não existe uma legislação específica para o radônio, mas o Ministério da Saúde recomenda um valor limite de radiação alfa de 0,1 Bq/m3 (incluindo o isótopo 226Ra, precursor do 222Rn) e 1 Bq/m3 para a radiação beta.
Por ser liberado das rochas que o contêm, o radônio serve como indicador da ocorrência possível de falhas geológicas e de terremotos, por isso o gás é utilizado como fonte de nêutrons em sismógrafos. Encontra uso ocasional como indicador de fuga de gases de reservatórios e na medida da velocidade de escoamento de fluidos (traçador radioativo). O radônio é ainda empregado no tratamento de alguns tipos de câncer (braquiterapia ou radioterapia interna), no qual fontes (de ouro) seladas contendo o gás são colocadas a pequena distância do tumor que se quer irradiar.