O flúor é um elemento químico do grupo 17 (halogênios) que pertence ao segundo período da tabela periódica.
O nome “halogênio” vem do grego e significa “formador de sal”. Todos os elementos desse grupo reagem diretamente com os metais formando sais, e também são muito reativos frente a não-metais. O flúor é o elemento mais reativo conhecido. Ele se diferencia significativamente dos demais elementos pertencentes ao seu grupo graças a dois fatores:
- Ele é o primeiro elemento do grupo, e por isso é menor que os demais e capaz de segurar mais firmemente seus elétrons;
- Ele não possui orbitais d de baixa energia que possam ser utilizados para formar ligações.
O flúor é um agente oxidante extremamente forte. Essa propriedade, combinada ao tamanho pequeno do átomo, faz com que os elementos aos quais ele está ligado alcancem seus estados de oxidação mais elevados. Os exemplos incluem os compostos IF7, PtF6, SF6 e muitos hexafluoretos, BiF5, SF5, TbF4, AgF2 e K[AgIIIF4].
O flúor é muito reativo e não ocorre no estado livre, mas é encontrado na forma de compostos na crosta terrestre. Como é característico dos halogênios, o flúor existe na forma de moléculas diatômicas e é colorido. F2 gasoso é amarelo claro. As cores decorrem da absorção de luz quando um elétron do estado fundamental é promovido para um estado de maior energia.
O composto politetrafluoroetileno é um polímero termoplástico conhecido comercialmente como PTEE ou Teflon. Trata-se de um sólido plástico muito inerte e útil, pois é totalmente resistente ao ataque químico e é isolante elétrico. Embora caro, é utilizado no laboratório. Também, é usado como revestimento em utensílios de cozinha, tornando-os antiaderentes.
Os fréons são clorofluorcarbonetos mistos. Compostos como CClF3, CCl2F2 e CCl3F são importantes como fluidos refrigerantes não-tóxicos e como propelentes de aerossóis. Também são muito inertes. O CF3CHBrCl é o anestésico conhecido como fluotano ou halotano.
Além dessas aplicações, o F2 é usado na fabricação do SF6, um gás muito inerte usado como dielétrico (isolante) em equipamentos de alta tensão. O F2 é usado ainda na obtenção de outros agentes de fluoração, como ClF3, BrF3, IF5 e SbF5. O HF anidro tem muitas aplicações.
Pequenas quantidades (cerca de 0,7 ppm) de íons fluoreto, F–, na água potável reduzem significativamente a incidência de cáries. Os íons F– torna mais duro o esmalte dos dentes, pois reagem com a hidroxiapatita, [3(Ca3(PO4)2).Ca(OH)2], formadora do esmalte, transformando-a em fluorapatita [3(Ca3(PO4)2).CaF2], muito mais dura. Contudo, concentrações de F– superiores a 2 ppm provocam surgimento de manchas nos dentes, descamações e depressões na superfície do esmalte, principalmente nos “dentes de leite” das crianças. Em concentrações ainda maiores que 2 ppm, o fluoreto é prejudicial à saúde. Em lugares onde a água contém quantidades insuficientes de íons F– naturais, adiciona-se NaF e H2[SiF6] à água potável. O NaF também é usado nos cremes dentais fluoretados.