Ouro (Au)

Pepita de ouroO ouro é um elemento químico do grupo 11 (metais de transição) que pertence ao sexto período da tabela periódica.

O ouro tem um elétron s externo, além de um nível d completo. Apresenta estrutura cristalina cúbica de empacotamento compacto. Conduz bem a eletricidade e o calor, e tende a ser pouco reativo.

Historicamente, o ouro tem sido encontrado na forma nativa, como pepitas. Achados dessa natureza desencadearam as “corridas do ouro”, por exemplo, nos EUA. O ouro ocorre sobretudo na forma de pequenos grãos de metal disseminados em veios de quartzo. Muitas dessas rochas foram erodidas pelo intemperismo. Assim, o ouro e a areia foram arrastados pelos cursos d’água e se acumularam como sedimentos nos leitos dos rios. Os grãos de ouro podem ser separados da areia com o auxílio da bateia, ou seja, agitando-se a mistura com água em movimentos circulares. O ouro é muito denso e sedimenta rapidamente, mas a sílica, que tem densidade de 2,5 g cm3, precipita mais lentamente e é desprezada com a água. Esse procedimento é hoje pouco usado, pois os depósitos de ouro estão quase esgotados.

Atualmente, as rochas contendo pequenas quantidades de ouro são moídas e o ouro é extraído com mercúrio ou cianeto de sódio. A água e a rocha moída são passadas sobre mercúrio, que dissolve o ouro formando uma amálgama. O ouro é recuperado aquecendo-se a amálgama em um sistema de destilação. O mercúrio é volátil e se separa do ouro, sendo novamente condensado e reutilizado. No Brasil, esse procedimento tem sido utilizado com água dos rios e areia aurífera. Em consequência, consideráveis trechos de rios da Bacia Amazônica foram contaminados com mercúrio, provocando problemas ambientais.

Estado de oxidação

O elemento ouro pode ser encontrado nos estados de oxidação (+I), (+II) e (+III). O íon monovalente Au+ se desproporciona em água, e por isso sua existência só é possível na forma de compostos insolúveis ou complexos.

Propriedades Gerais

Moedas e barras de ouroO ouro apresenta grande condutividade elétrica e térmica. É o mais maleável e mais dúctil dos metais estruturais, propriedades que estão associadas à sua estrutura de empacotamento cúbico compacto. Quando o ouro é submetido a uma força suficientemente grande, um plano pode ser forçado a se deslocar sobre o outro. Por causa da estrutura simples, mesmo quando ocorre esse deslizamento a estrutura cúbica regular de empacotamento compacto é preservada.

O átomo de ouro tem um elétron s no seu orbital mais externo, a mesma configuração eletrônica de valência encontrada nos metais do Grupo 1. Entretanto, as semelhanças com eles são poucas, entre elas a estequiometria formal dos compostos do elemento no estado de oxidação (+I) e a elevada condutividade elétrica exibida pelos dois grupos de metais.

O ouro difere dos elementos do Grupo 1 por ter um penúltimo nível contendo 10 elétrons d. A fraca blindagem que os elétrons d propiciam faz com que o tamanho dos átomos dos elementos do Grupo 11 seja bem menor. Consequentemente, o ouro é mais denso e duro, tem energia de ionização é maior e seus compostos são mais covalentes.

No ouro, os elétrons d participam da ligação metálica. Por essa razão, os pontos de fusão e as entalpias de sublimação são muito maiores que as dos metais do Grupo 1.

As maiores entalpias de sublimação e maiores energias de ionização são tornam o ouro pouco reativo, ou seja, faz dele um elemento “nobre”. Os metais do grupo 1 têm potenciais padrão de redução (valores de Eo) muito negativos e se situam no topo da série eletroquímica. O ouro possui valores positivos de Eo e está abaixo do hidrogênio na série eletroquímica, e por isso não reage com água nem reage com ácidos liberando H2. O caráter nobre aumenta do cobre para a prata, e desta para ouro. A inércia do ouro lembra a dos metais do grupo da platina.